As redes de apoio são consequência natural da existência de qualquer grupo formal, seja uma empresa, uma equipe de trabalho, um clube, uma igreja, uma família, um condomínio.
A aproximação circunstancial das pessoas acaba gerando uma aproximação intencional por diversos eixos de convergências, como interesses, estilo de vida, proximidade, necessidades em comum, entre outros. Cada um de nós tem as suas próprias redes de apoio, não organizadas formalmente, que são grupos de pessoas que pela combinação entre os fatores anteriores são suportes uns aos outros.
São os avós que se revezam para ficar com os netos enquanto os pais trabalham, são os funcionários de uma empresa que vão e voltam do trabalho em um só carro, são os colegas de equipe que participam de um mesmo grupo de corrida. São aqueles arranjos de apoio mútuo entre pessoas que viabilizam as rotinas e, portanto, também os trabalhos.
Acontece que as dinâmicas de várias redes de apoio tiveram drásticas alterações com a pandemia. Seja pela necessidade do distanciamento social, pela adequação forçada ao trabalho em casa ou pela perda de pessoas próximas, alguns de nós acabamos tendo que passar por esse difícil momento do mundo com algumas das nossas redes de apoio enfraquecidas ou até inoperantes.
E a consequência desse processo, mais pessoas em estado psicológico ruim e piorando, é esperada e vem sendo verificada em diversas pesquisas. Depressão, ansiedade, crises de pânico e burnouts são algumas das manifestações mais comuns desse estado psicológico ruim. Liderar um grupo de pessoas, em especial nesse momento do mundo, exige cuidar de seus estados psicológicos.
A liderança que está comprometida em dar suporte às redes de apoio de sua equipe precisa partir de duas premissas básicas. Primeiro, que cada pessoa possui suas redes individuais e não se deve comparar ou rotular ninguém a partir daí. Segundo, que o papel de dar suporte é bem diferente de tentar influenciar ou exercer qualquer tipo de controle direto.
Dar suporte é basicamente ter empatia suficiente e predisposição para facilitar que essas redes possam funcionar bem. É saber flexibilizar o que seja possível em favor dessas redes.
É entender, na prática, que quanto melhor funcionam as redes de apoio individuais das pessoas em uma equipe, melhor também essas pessoas estarão para desempenhar as suas funções. Entendido esse ponto, tanto o líder está motivado por superar seus resultados quanto aquele que está motivado por acolher sua equipe, independente da sua motivação eles vão buscar oferecer esse apoio.
Um dos grandes desafios de qualquer liderança é desenvolver na sua equipe a autonomia, inclusive já falamos sobre isso. Pode parecer contra intuitivo falar de autonomia quando falamos de redes de apoio e é exatamente por isso que precisamos fazer essa conexão.
Pessoas com fortes redes de apoio não só conseguem produzir melhor quanto também conseguem ser mais autônomas. Claro, porque elas contam com esse forte apoio das suas redes. Pessoas com redes de apoio enfraquecidas, não só tendem a produzir pior quanto também terão mais dificuldade para ter autonomia uma vez que não se sentem apoiadas o suficiente para tal.
Vale lembrar que esse suporte e necessidade de manutenção começa em si, não adianta querer acolher outras pessoas se as suas próprias redes de apoio não estão te oferecendo o acolhimento necessário, então comece cuidando das suas próprias redes de apoio.
Nos vemos no próximo aprendizado!
Fula - Sócio e cofundador da Akasha
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